Pix é um meio de pagamento eletrônico do Brasil lançado oficialmente no dia 5 de outubro de 2020, com início de funcionamento integral em 16 de novembro de 2020
Vamos conhecer melhor essa novidade.
O sistema permitirá que brasileiros realizem pagamentos e transferências de forma gratuita e imediata 24 horas por dia e 7 dias por semana.
Mesmo que a ferramenta tenha sido bastante comentada no mercado financeiro, ainda existem muitos que não sabem o que é PIX e que mudanças o novo sistema pode trazer à vida de cada um dos brasileiros bancarizados.
Neste artigo, explicamos tudo sobre o tema, respondendo as principais dúvidas sobre o PIX.
Como as transações financeiras ocorrem hoje?
Até agora, antes do lançamento oficial do PIX, as transferências entre diferentes instituições financeiras são feitas basicamente por meio de Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED) e Documentos de Ordem de Crédito (DOC).
Já os pagamentos de contas podem ser realizados via boleto bancário, dinheiro vivo, cheque ou cartão.
Acontece que algumas dessas transações eletrônicas podem incorrer em custos para o usuário, além de em alguns casos levarem dias para ser concluídas.
Um boleto bancário, por exemplo, pode custar de R$ 1 a R$ 10 e uma TED pode custar entre R$ 8 e R$ 16. Ademais, o DOC ainda leva um tempo para se concretizar.
É nesse contexto que o Banco Central (Bacen) iniciou em 2018 um projeto para implantar o PIX, o novo sistema instantâneo de pagamentos que será lançado para todos na próxima segunda-feira.
Principais problemas dos métodos de pagamentos tradicionais
Antes de propor o PIX, o Banco Central identificou os maiores problemas nos sistemas de pagamentos e transferências atuais:
Elevada utilização de dinheiro em espécie
O relatório sobre meios de pagamento da Fisher apontou que o uso de dinheiro em espécie representa mais de um terço do consumo privado brasileiro, embora seu uso esteja diminuindo.
Esse método de pagamento gera custos com a criação, logística e a destruição do numerário, além de proporcionar maiores margens para a lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e corrupção.
Elevado custo das bandeiras de cartão
Os cartões de crédito e débito apresentam elevados custos de operação para os vendedores e os recursos das vendas podem demorar para serem recebidos.
Uma compra no crédito à vista, por exemplo, pode demorar até um mês para cair na conta do vendedor.
Se a compra for parcelada, os depósitos acompanham as parcelas, gerando um custo substancial caso o vendedor queira antecipar o recebimento dos valores.
Dificuldade, ineficiência e alto custo de transferências eletrônicas entre os bancos
As principais formas de transferir dinheiro entre os bancos são via TED e DOC.
Essas ferramentas necessitam de elevado número de informações (nome, agência, CPF/CNPJ etc.) que o usuário deve preencher para identificar o destinatário dos recursos, o que eleva a possibilidade de erro de informação, fazendo com que a operação não se concretize.
Além disso, essas transferências costumam apresentar tarifas elevadas (entre R$ 8 e R$ 16) e restrição de dias e horários para realizar as operações.
Em resumo: esses mecanismos de transferências interbancários oferecem uma péssima Experiência de Usuário (User Experience, UX).
O que é o PIX?
Como já mencionado, o PIX é o novo sistema de pagamentos instantâneos anunciado pelo Banco Central.
Ele foi criado para facilitar transações financeiras como transferências entre diferentes contas, pagamento de boletos e muito mais.
O PIX vai permitir que as transações sejam realizadas quase que instantaneamente, em qualquer dia e horário, ainda apresentando uma redução nos custos das operações.
No entanto, esta nova ferramenta não deve resultar na extinção de TEDs, DOCs e outras formas de realizar transações, porque muitas maneiras de pagamento não sumiram completamente com o advento de novas tecnologias mais práticas e baratas, a exemplo dos cheques.
Mesmo assim, todas as instituições financeiras com mais de 500 mil contas ativas serão obrigadas a oferecer este serviço a partir da próxima segunda-feira, 16.
Como o PIX irá funcionar?
Para realizar transações pelo novo sistema de pagamentos instantâneo do Banco Central, os usuários que querem transacionar (pagar ou receber) devem possuir uma conta em uma instituição (banco, fintech, instituição de pagamento etc.) que aderiu ao novo sistema de pagamento instantâneo.
Chave de endereçamento
O pagamento pode ser realizado por meio da inserção manual dos dados do recebedor. Esta modalidade é similar ao que ocorre hoje quando você vai fazer uma transferência bancária.
Essa chave pode ser composta por informações que vinculam o recebedor com a sua respectiva conta PIX, como telefone, e-mail ou CPF/CNPJ.
Por meio dela, o Banco Central poderá identificar a conta para poder, então, validar a operação.
QR Code
Este tipo de código pode ser lido por qualquer smartphone que tenha uma câmera e acesso à internet. Por se tratar de um código visual pode ser disponibilizado em formato digital ou impresso.
Essa tecnologia pode ser utilizada por qualquer tipo de usuário, seja ele uma pessoa física ou jurídica, e a transação realizada entre as contas fica disponível em segundos para o recebedor.
O pagamento via QR Code já é uma realidade oferecida por muitos players do mercado. Como exemplo podemos citar alguns:
– AME (B2W), PicPay (Banco Original), Mercado Pago (Mercado Livre), Cielo Pay (Cielo), Inter Pag (Banco Inter), entre outros.
As transações por meio do PIX poderão acontecer por meio de QR Codes Estáticos e Dinâmicos.
QR Code estático
Este QR Code permite definir um preço fixo para produtos, ou a inserção do valor pelo pagador.
Também pode ser usado em transações como uma transferência entre duas pessoas, por exemplo.
Este modelo é ideal para pequenos varejistas, prestadores de serviços e pessoas físicas.
QR Code dinâmico
O QR Code dinâmico vai poder apresentar informações específicas para cada transação, além de permitir que dados adicionais sobre determinada transação sejam incluídos.
Dessa forma, este modelo de QR Code é mais funcional para o pagamento de compras.
Além de mostrar o valor da transação, o QR Code dinâmico permite incluir outras informações como, por exemplo, a identificação do recebedor.
Esses QR Codes podem ser gerados pelo sistema para diversas transações, facilitando a automação comercial.
Quais as vantagens dos pagamentos instantâneos, como o PIX?
- Redução das taxas de transações: com essa nova tecnologia, o número de intermediários financeiros será reduzido, levando a um menor custo operacional, o que pode refletir em um menor custo do produto.
- Crédito instantâneo: o dinheiro da transação cai na conta do recebedor quase que instantaneamente em qualquer dia e horário.
- Praticidade, facilidade de uso e segurança: como as transações podem ser realizadas necessitando apenas de um celular e um código identificador, fica muito fácil para qualquer pessoa ou empresa transacionar por meio desta ferramenta, inclusive evitando erros. Além disso, com a transação instantânea, o sistema de pagamentos pode ser facilmente sincronizado com o serviço de liberação de mercadorias, evitando fraudes.
- Geração de dados: permite uma geração de informação relacionadas às transações que podem ser uma nova fonte de receita para as empresas ou uma fonte de informação para conhecer melhor o usuário.
Principais dúvidas sobre o PIX
O cadastro é obrigatório?
Todas as instituições financeiras e de pagamentos com mais de 500 mil clientes ativos são obrigadas a oferecer o PIX. Porém, os clientes pessoas físicas e jurídicas não são obrigados a realizar o cadastro de chaves.
Quem não quiser utilizar o PIX poderá continuar realizando pagamentos da forma habitual e transferências por meio de DOC e TED.
O PIX é só mais uma opção que visa facilitar a vida dos usuários com maior simplicidade e rapidez nas operações, mas não é obrigatório. Outras formas de pagamento seguirão existindo no mercado.
Como se cadastrar?
Para realizar o cadastro no PIX o cliente deve entrar em contato com a instituição financeira da qual é cliente. Isso pode ser feito por meio do site, aplicativo ou mesmo na agência bancária.
A maioria das instituições autorizadas para operar o PIX trazem nos aplicativos a opção de cadastro do PIX. Então, basta clicar e escolher qual chave deseja cadastrar.
E pronto: o cliente já estará apto a utilizar o novo sistema de pagamentos.
O cadastro de chaves PIX foi aberto em outubro, mas quem ainda não se cadastrou ainda pode realizar o procedimento.
O que são chaves PIX?
As chaves PIX funcionam como um “apelido” para facilitar pagamentos e transferências. Assim, não é necessário informar dados como número de conta, agência ou CPF para realizar o procedimento. Basta informar a chave PIX cadastrada.
Os clientes podem cadastrar na instituição bancária:
– E-mail;
– Número de telefone;
– CPF;
– Sequência aleatória gerada pelo Banco Central.
Pessoas físicas podem ter até 5 chaves cadastradas em uma conta. O limite para pessoas jurídicas é maior: 20.
Posso cadastrar uma chave em mais de um banco?
É possível ter chaves em mais de uma instituição financeira no caso de pessoas físicas. No entanto, só é possível cadastrar uma modalidade em uma instituição.
Por exemplo, caso o cliente tenha cadastrado o e-mail como chave em um banco, ele só poderá cadastrar telefone, CPF ou sequência aleatória em outra instituição bancária.
No caso de pessoas jurídicas, o cadastro de chaves deve ocorrer em um só banco.
Precisa ter conta em banco para utilizar?
Não necessariamente. O PIX também estará disponível para os usuários de algumas contas digitais e fintechs.
Para usar o serviço, é necessário ter uma conta corrente, conta poupança ou uma carteira digital com cadastro no PIX.
Quanto custa?
Pode haver taxas para pessoas jurídicas, dependendo do banco escolhido. O valor a ser cobrado por transação ao receber ou realizar pagamentos e transferências é definido por cada instituição financeira. Dessa forma, cabe ao empresário estudar qual compensa mais.
No caso de pessoas físicas, o sistema de pagamentos do Banco Central é completamente gratuito para transferências e pagamentos.
Contudo, pode haver cobrança em caso de solicitações de transferência efetuadas por atendimento presencial ou telefônico e em recebimentos por vendas. Nos demais casos, é vedada a cobrança.
É possível agendar um PIX?
Assim como DOCs e TEDs, clientes poderão agendar o PIX para que ele seja realizado em outra data ou horário. O sistema também emitirá comprovante de pagamento dessas operações.
Porém, diferentemente dos meios de pagamento tradicionais, não é necessário agendar o PIX caso queira fazer uma operação bancária fora de horário comercial.
O PIX é seguro?
Mesmo antes do lançamento, empresas de segurança na internet já identificaram vários tipos de golpes no PIX. Apesar disso, o sistema é seguro e criptografado de ponta a ponta.
As informações são protegidas pelo sigilo bancário e pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Segundo o Banco Central, caso haja comprovação de crime, será possível fazer reembolso sem autorização da pessoa que recebeu o depósito.
Mesmo com as medidas de segurança tomadas pela instituição bancária, é importante tomar alguns cuidados para evitar cair em golpes. Saiba mais sobre o assunto nesta reportagem.
Há limite de valor para as operações?
O Banco Central não delimitou um limite de valor para as transações realizadas por meio do PIX. Cabe a cada instituição bancária definir a forma como o sistema deve ser usado.
As instituições podem estabelecer limites por usuário pagador, por transação, por dia ou por mês.
No entanto, não é permitido que os limites sejam inferiores aos de outras formas de pagamento como cartão de débito e TED.